11.21.2012

Me tornei o Pequeno Príncipe


Quem já leu o livro “O Pequeno Príncipe” do autor Antoine de Saint-Exupéry sabe o que significa uma literatura para todas as idades e épocas. O autor do livro, o qual não conheço sua história, foi extraordinário em cada detalhe do clássico que escreveu. É impossível começar a ler o livro e não termina-lo. Da mesma forma que é impossível ler e não se apaixonar. Bem, as duas formas são reais para mim.

Assim como para os homens grandes é difícil ver as coisas além dos olhos, onde só conseguem ver um chapéu onde na verdade é uma jiboia que engoliu um elefante, assim é também para os pequeninos homens que não conseguem entender a dificuldade que gente grande tem de perceber que temos rosas únicas muito embora em meio a uma roseira.

Conheci O Pequeno Príncipe já na minha entrada para a juventude e me apaixonei perdidamente por seu fabuloso estilo de vida. Eu quis ser igual ao pequeno príncipe. Eu também queria ter uma rosa que fosse única para mim. Eu também queria ser cativado e cativar para me tornar responsável eternamente pelo que tivesse cativado. Eu também queria viajar por diversos planetas e conhecer novas coisas e me aventurar nesse conhecimento mágico. Eu queria me agarrar na calda de um “amigo cometa” e parar numa próxima galáxia, onde eu pudesse fazer parte daquela civilização. Eu queria ser mais do que eu era e queria ser alguma coisa para alguém, além da minha família.

Então saí do meu planeta. Encontrei num cometa uma oportunidade de conhecer outros lugares, outras pessoas, outras culturas e me permitir aprender com aquelas novas civilizações. Sem pré-conceito. Então eu fui. Mas eu pensava que não tinha um baobá com quem me preocupar, nem um vulcão e muito menos uma rosa. Apenas esses detalhes me faziam diferente do “verdadeiro” Pequeno Príncipe. Por sorte eu consegui uma carona na calda de um cometa.

Minha primeira parada foi em um país onde money é muito importante. Eu não conseguia entender no começo como aquelas pessoas poderiam consumir tanto em pouco tempo. Eu pensava comigo mesmo, um dia isso tudo vai explodir. Embora tudo isso, as pessoas desse lugar se apresentaram próximas. Gestos simples, como “olá”, “com licença”, “desculpe-me” eram constantes entre essas pessoas e também para viajantes de outros planetas como eu. Eu gostei disso e fui me “infiltrando” um pouco mais. Ouvi dizer algumas vezes que esse lugar era muito perigoso e as pessoas eram frias, arrogantes e destemíveis. Bem, acho que conheço pessoas no meu planeta assim também.

Mas e onde está o meu baobá? Suas raízes, vocês sabem, são muito fortes e ele tem um tronco muito duro, quase que imortal. Ah!!! Agora lembrei. Meu baobá é minha família. Sem mais nenhuma explicações a esse respeito, por favor. Respeitem meus sentimentos.

E eu me perguntava a respeito de quem iria desenhar uma ovelha para mim. Eu queria ter meu planeta completo, alegre. E me parece que os animais ajudam a melhorar nosso ambiente. Eu acho. E minha rosa? Onde está minha rosa?

Tenho viajando ao longo de diversos planetas, conhecido pessoas maravilhosas e tive experiências que me ajudaram a seguir o meu caminho. Ai então encontrei uma raposa. Nossa esse encontro então foi mágico. As raposas são ágeis, espertas, astutas. Custam conquistar a sua confiança – se é que isso é possível. Nesse encontro a raposa me ensinou a ver as coisas de outra maneira, já que o “essencial é invisível aos olhos”. “Só se ver bem com o coração”, disse a raposa. Mas como assim ver com o coração? Isso é possível? Não sei. Vou descobrir, decidi.

Ah! E minha rosa? perguntei a raposa. Afinal, o principezinho do planeta B-612 tinha uma e eu também queria a minha. Não deu para ter tudo na mesma ordem, mas eu estava conseguindo. A minha rosa – disse a raposa, precisa ser cativada. Ok. Isso não parece fácil. Pensei. Porém, deveria ser um processo natural, explicou-me melhor a raposa. Eu teria que viver entre os nativos desse planeta. Comer, sentar, caminhar, rir, viajar... e fazer parte dos seus costumes e isso me ajudaria a cativar alguém. A cativar a minha rosa.

Assim eu comecei a fazer. E durante as idas e vindas eis que encontro uma rosa. Ate então ela é igual a milhões de outras rosas que já tenho visto em vários planetas que já tenho passado. E será assim até que eu a tenha cativado, alertou a raposa. O que eu deveria fazer é chegar todos os dias ao mesmo horário, ficar em silêncio, observando, ganhando confiança. Aos poucos íamos nos aproximando um do outro até que pudéssemos estar definitivamente juntos. A confiança é um sentimento que se conquista e eu precisava conquistar a confiança da minha rosa e ela a minha. Algumas coisas parecem estar escritas nas estrelas. Em algum planeta que eu tenha passado acho que os astros se juntaram e me abençoaram. Fico feliz por isso.

Hoje tenho uma rosa, ela é única para mim e eu a cuido muito. Preocupo-me com as raízes do meu baobá que deixei no meu planeta e estou construindo uma redoma de vidro para que o meu vulcão ou até mesmo a ovelha que deixei dentro da caixa não possam feri-la.

Agora eu entendo o que a raposa disse a respeito de que a gente só ver bem com o coração. Hoje, não vejo a minha rosa com os meus olhos, pois continuo pegando carona nos cometas que passam para conhecer novos planetas. E a minha rosa? Ah, a minha rosa está bem cuidada. Desenhei uns espinhos nela para que nenhum animal possa ataca-la. Coloquei-a em uma linda redoma de vidro, assim a neve não a fará mal e não tirará a beleza que ela tem. E diariamente eu envio água para que ela não seque.

Daqui a 6 meses minha rosa e eu estaremos juntos de novo e ai ela não precisará mais de redoma e nem de espinhos pois eu a cuidarei pessoalmente. Sou responsável pela minha rosa para sempre como disse a raposa: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Embora existam milhões de rosas parecidas com a minha e que qualquer pessoa ao vê-la dirão que não é senão mais do que uma das outras rosas ela nunca será, pois “é o tempo que eu tenho gastado com a minha rosa que a tornou importante”.

Eu sou responsável por minha rosa. Repito isso a cada momento. Eu sou o pequeno príncipe para a minha rosa.

África do Sul, 16 de novembro de 2012.


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Artesanato espetacular

Cutucando pela net encontrei no Brasil, especificamente na cidade de João Pessoa/PB, um lindo boneco de pano do Pequeno Príncipe. Parecia mentira o que eu tinha visto, mas era verdade. A minha rosa ia adorar um presente desses, eu pensei comigo. Passarei alguns meses longe e com um boneco desses em mãos minha rosa poderia lembrar-se de mim. Não deu outra. Fiz logo o pedido do fabuloso boneco do Pequeno Príncipe e ele já está com a minha rosa.

Os amantes do Pequeno Príncipe que desejarem presentar suas rosas poderão encontrar informações a respeito desse lindo artesanato brasileiro no endereço: Av. Senador Rui Carneiro, 241, João Pessoa/PB, no Mercado de Artesanato Paraibano, loja nº 74 ou no site do Mercado Livre.

O boneco é simplesmente perfeito em detalhes e trás viva a emoção de ter nas mãos o imortal Pequeno Príncipe.

Dá para perceber a beleza do boneco olhando a foto acima.

4 comentários:

  1. Anônimo08:22

    Ani...
    Tudo que voce escreve eu amo ler e leio com tanto prazer que imagino sim voce falando com sua voz doce e sabia tudo isso... Te adoro demais meu amigo!! Obrigado por me proporcionar leituras e comentarios sobre a vida tao sabios!! Beijokas LuLu IICD

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    1. Lu...
      Você não sabe como cada momento que passamos juntos (e ainda vamos passar) é importante para mim, para minha formação e para minha vida sócio-comunitária. Agradeço por deus ter me dado essa oportunidade de lhe conhecer. Bjokas no coração.

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  2. Anônimo20:56

    PARABENS PELA ESCOLHA, TRABALHAR COM JOVENS HOJE É UMA TAREFA MUITO DIFÍCIL E NÃO É QUALQUER UM.

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  3. Obrigado "anônimo". Essas vibrações positivas que recebo de cada jovem e de pessoas como você é que me faz seguir nessa caminhada.

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